Não é só falar mal, meter defeitos. Há que dar a mão à palmatória.
As mulheres são terríveis, especialmente umas com as outras. Não hesitam em fazer o que quer que seja desde que isso vá indubitavelmente fazer com que a vizinha mais próxima fique lesada no seu bem jurídico integridade física e psicológica, se o houver.
Não dizem as mulheres coisas positivas acerca dos seus pares. Serão as mesmas incapazes de proferir palavras meigas e gentis sem deitar uma ou outra farpa como forma de compensação de terem sido simpáticas. Serão incapazes de olhar objectivamente para o carácter de outra fêmea sem reparar na roupa foleira, nos quilos a mais, nos sapatos démodés, nas borbulhas, nos traços menos perfeitos. Serão incapazes de olhar umas para as outras despidas de preconceitos, despojadas de ideias nefastas acerca das outras mulheres quererem tomar o mundo e deixá-las de fora, acerca de outras mulheres que são umas desavergonhadas, ou umas atadinhas, conforme a saia que vistam, acerca de serem umas cabras ou umas marias ninguém, conforme lhes apeteça.
As mulheres são más. Umas com as outras, umas para as outras. Talvez haja alguma explicação nisto, talvez o Sr. Freud fosse uma enorme contribuição para perceber que fenómeno será este afinal, mas não tendo resta deitar à adivinhação e arranjar uma teoria qualquer para preencher a lacuna.
Será dor de corno que todas as mulheres sentem umas das outras, e por isso serão ásperas, desagradáveis, arrogantes umas com as outras? Se inveja tivessem, poderiam sempre mudar, fazer melhor com elas próprias, mostrando às que se odeia que se pode ser superior, superá-las, arrastá-las para um último lugar, mas por mérito próprio, não por fazer cair o vencedor. Restaria a situação das que, por condição de cada uma, não pudessem ou quisessem fazer para deixar a dor de corno de lado, que lhes resta, falar mal nas costas a vida toda? Ser frustrada por que não se tem o que se queria ter mas não se tem paciência de correr atrás?
Se não resulta a dor de corno para explicar o fenómeno, que poderia ocupar o seu lugar? A própria expressão o indica. O medo se o seu lugar ser ocupado, guiado pelo não menos famoso complexo de inferioridade. Nada é suficientemente forte para abater este velho amigo do Homem, muito próximo do Homem do género feminino. A velha ideia de que toda a gente arrasta o outro para as ruas da miséria porque são melhores que o próprio, que nunca haverá hipótese de sobressair de alguma maneira, nunca haveria oportunidade para outra pessoa ocupar o lugar desejado. Então, o que sobra para a maior parte das mulheres, se somos quase todas comuns? O que sobra para o comum dos mortais se nem toda a gente chega lá acima num ápice? Há que ser e sentir-se inferior porque se é diferente do resto do mundo?
As mulheres são más umas para as outras. Detestam-se, odeiam-se mutuamente, seja qual for o fundamento disto.
Serão os homens também assim?
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
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3 comentários:
Diz-se por aí também que a popota tem novo anúncio natalício. Não sei porquê,pareceu-me a propósito ;)
muito me ri eu hoje no autocarro cada vez que a popota cantava
São. Alguns.
Não generalizemos. A maioria nem será.
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