E mais uma vez, o direito ao contraditório existe e torna-se fundamental num blog digno de um Estado de Direito.
O MACHO DA SEMANA volta a dar cartas, com um novo macho convidado.
Ora apreciem :
“IGUALDADE? IGUALDADE!”
Para início de Post, devo adiantar que aceito o convite para escrever nesta rubrica com algumas reservas. Digo com algumas reservas porque, acima de tudo, mesmo parecendo, por vezes, que não, acredito na igualdade de oportunidades para ambos os sexos, acredito em valias iguais, trabalhos iguais, remunerações iguais e tudo o que constitua aspecto relevante da vida igual. Na verdade, este meu post corre o risco de se transformar numa crítica à existência de um espaço onde escrevo, pelo que devo, quiçá, centrar a discussão em algo específico, mais concreto que mereça ser explorado como uma concessão na praia.
Não obstante a igualdade que quero postular desde a primeira linha que escrevo, seria lastimável da minha parte não salientar que o sal da vida, mesmo o sal terrae, das relações entre homens e mulheres, só enquanto seres eminentemente sociais, se baseia numa diferença apaixonante. Diria mais: tão apaixonante que chega a irritar. Qualquer leitor que aqui passe, para além de perceber, abruptamente, que se procede a uma luta de classes autêntica, não deixa de notar que a opinião sobre o sexo masculino roça as temperaturas negativas da Sibéria . Mais ainda: para além de maus, os homens são todos iguais. Cumpre desconstruir.
Primeiro que tudo, não há seres humanos iguais. Podemos falar em padrões, estereotipos, igualdade é que não. No fundo, as mulheres sabem-no e concordam a 100% com o que acabo de escrever. Aprofunde-se: quantas e quantas vezes se ouviu dizer que X ou Y “não faziam o seu estilo, ou tipo”? Desde já se tenha a honestidade de admitir que não se está só a falar de físico.
Segundo, se todos são maus, porque é que ainda existe espécie humana? Será só o apelo da natureza a chamar o material genético de ambos os sexos?
De uma vez por todas, há que quebrar tabus antigos que, pode mesmo dizer-se, caducaram, como a lei da bruxaria. Para alguém como eu, há, neste mundo de crítica, de complexos de inferioridade, que pugnar por uma igualdade material, tendo em conta que a nivel forma se deseja uma salutar diferença.
Nesse caminho, há que carpir algumas mágoas, há que apontar dedos e proceder a uma responsabilização de alguém para que se apure o estado a que se chegou.
Sendo específico, os erros que deram origem a este blog tiveram a maternidade assegurada. Não há orfãos de mãe: todos os traumas com o género masculino nasceram por culpa própria de quem os teve.
“Os homens são maus”. Quantas e quantas vezes não se começou uma relação que estava condenada à partida. Por ele ser um crápula, um bode autêntico. Tudo gritava erro. Porém, arriscou-se.
“Os homens são todos iguais”. Depois do erro, não se aprendeu. Voltou-se ao mesmo. Mudou-se, para o semelhante. Os homens são todos iguais. Fazer o que?
Tudo se resolverá, num futuro próximo, com uma leitura económica da questão. Aprender com os erros. Explorar todos os sectores do mercado. Assumir a diferença dentro de uma putativa igualdade.
Os sexos convivem. Deseja-se que o façam. Este vosso “macho da semana” convive bem com a “Femea da sua vida” e sabe, melhor que ninguém, que as mulheres não são iguais. A única comparação que posso com ela fazer é à de Divindade. Se cada um vir o seu próximo, ou próxima , como único o caminho começa a ser trilhado.
Duarte Cadete
E esta, hein?
domingo, 23 de novembro de 2008
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Hoje na Bertrand reparei num livro chamado Solteiras, A arte de ser feliz e independente.
Como esses há carradas. O que me leva a perguntar, mas para quê? Será alguma arte ser feliz e independente? Não percebo. Há pessoas felizes acompanhas e felizes sozinhas e vice-versa. E também há gajos que habitam sozinhos. E são felizes ou infelizes. E não têm as mãezinhas e os paizinhos e os outros ascendentes a dizer que são encalhados e inúteis e para se arranjarem melhor, e que se tivessem prestado mais atenção à avó Filó quando esta ensinou a receita secreta do assado, hoje não estariam assim.
O mais assustador é constatar que a maior parte dos autores destes livros são femininos. Haverá assim tanta gente desesperada por viver sozinha, ou será apenas o estigma a que a sociedade vota as fêmeas que não partilham contas com ninguém?
Porquê só as fêmeas, we wonder. Só elas ouvem bocas que vão ficar para tias, ou que são umas cabras se olharem para o namorado da vizinha da ponta. Só elas são as galdérias se sairem e chegarem tarde. E só elas sofrem o pânico da pressão a que são sujeitas. Provavelmente terá a ver com o facto de terem um período fértil limitado. Mais uma vez, quem diz que nós temos obrigatoriamente de procriar? Só servimos para isso ( isso e limpar pó, chão, roupa, loiça, etc)?
Ninguém diz directamente isso. Ui, que infâmia seria esse afirmar. Então como explicam que a nossa educação tenha seguido essa orientação, enquanto os nossos irmãos, primos, amigos, namorados tiveram precisamente o oposto?
Eu quero viver sem que ninguém me julgue por ser fêmea e viver sozinha. Por escolher não ter filhos. Por achar que o meu namorado tem mãozinhas como eu e que pode muito bem tratar do património comum. Por chegar a casa as horas que bem me apetecer com quem me apetecer.
Mas não preciso de livros que me ensinem a fazer isso.
Como esses há carradas. O que me leva a perguntar, mas para quê? Será alguma arte ser feliz e independente? Não percebo. Há pessoas felizes acompanhas e felizes sozinhas e vice-versa. E também há gajos que habitam sozinhos. E são felizes ou infelizes. E não têm as mãezinhas e os paizinhos e os outros ascendentes a dizer que são encalhados e inúteis e para se arranjarem melhor, e que se tivessem prestado mais atenção à avó Filó quando esta ensinou a receita secreta do assado, hoje não estariam assim.
O mais assustador é constatar que a maior parte dos autores destes livros são femininos. Haverá assim tanta gente desesperada por viver sozinha, ou será apenas o estigma a que a sociedade vota as fêmeas que não partilham contas com ninguém?
Porquê só as fêmeas, we wonder. Só elas ouvem bocas que vão ficar para tias, ou que são umas cabras se olharem para o namorado da vizinha da ponta. Só elas são as galdérias se sairem e chegarem tarde. E só elas sofrem o pânico da pressão a que são sujeitas. Provavelmente terá a ver com o facto de terem um período fértil limitado. Mais uma vez, quem diz que nós temos obrigatoriamente de procriar? Só servimos para isso ( isso e limpar pó, chão, roupa, loiça, etc)?
Ninguém diz directamente isso. Ui, que infâmia seria esse afirmar. Então como explicam que a nossa educação tenha seguido essa orientação, enquanto os nossos irmãos, primos, amigos, namorados tiveram precisamente o oposto?
Eu quero viver sem que ninguém me julgue por ser fêmea e viver sozinha. Por escolher não ter filhos. Por achar que o meu namorado tem mãozinhas como eu e que pode muito bem tratar do património comum. Por chegar a casa as horas que bem me apetecer com quem me apetecer.
Mas não preciso de livros que me ensinem a fazer isso.
Um Afago da Realidade
Há na sociedade a pura convicção que se um homem faz alguma coisa mal feita, foi com certeza um acidente. Coitado e tal, teve um deslize, um mau julgamento momentâneo, um azar qualquer.
Já quando a mulher o faz, não terá sido culpa dela?
Um homem, coitado e tal, atropelou uma velha na passadeira ; merda da velha que passou a rua sem olhar.
Um gajo embebeda-se a acaba a noite a correr nu no jardim em frente de casa ; coitado, está na idade das asneiras, deixá-lo.
Um homem tem múltiplas fêmeas, tem uma amante, não quer compromissos, anda com quem calha ; é macho, os machos fazem esse tipo de coisas, é próprio, está na natureza deles.
Um gajo constipa-se, apanha frio e fica uma semana de cama, afónico, a deitar ranho por todos os lados, sem se poder mexer ; quem é que não está livre de ficar doente, não é?
Um homem sai à rua como calha, aquela camisa não vê água há semanas, aquelas calças já nem cor têm, aquele cabelo brilha mas não é do gel, com certeza ; oh, os homens são mesmo desmazelados, se andam arranjados até parecem esquisitos.
Uma mulher atropela uma velha na passadeira ; mas para que raio dão a carta de condução a uma mulher? Já se estava mesmo a ver que dava asneira, toda a gente sabe que elas não sabem conduzir, só têm carta porque com certeza dormiram com o instrutor.
Uma rapariga apanha um pifo e faz figuras tristes, típicas de quem está bêbedo, e corre nua no jardim em frente a casa ; a pouca vergonha, onde já se viu a falta de decoro, ainda por cima numa menina, que deve guardar recato, não tem eira nem beira, uma vergonha.
Uma gaja anda com dois gajos, ao mesmo tempo, ou um a seguir ao outro, é o que basta, já para não falar na possibilidade de ter vida dupla, de ter vários homens, de não querer compromissos ; é uma pega, sem tirar nem pôr, uma falta de decoro é o que é. Onde é que isto já se viu, a desavergonhada!
Uma mulher cai na cama com gripe, afónica, com febre, dores de cabeça, um trapo autêntico ; a culpa é dela que fuma, devia era deixar de fumar, fuma e depois dá nisto, já viram, fuma, a porca, não devia fumar, devia deixar de fumar.
Uma rapariga sai a rua para ir buscar o correio em pijama ou chanatas ou rolos no cabelo ; é uma badalhoca, uma desmazelada, que não tem cuidado nenhum com ela, que pouca vergonha, que porca que ela é.
Isto não é ficção.
Isto não é choradinho barato para pôr as Fêmeas no Poder.
Isto não é sempre a mesma conversa de há 50 anos.
É a realidade, sem tirar nem pôr.
Isto acontece. Isto ainda acontece todos os dias.
É triste.
Já quando a mulher o faz, não terá sido culpa dela?
Um homem, coitado e tal, atropelou uma velha na passadeira ; merda da velha que passou a rua sem olhar.
Um gajo embebeda-se a acaba a noite a correr nu no jardim em frente de casa ; coitado, está na idade das asneiras, deixá-lo.
Um homem tem múltiplas fêmeas, tem uma amante, não quer compromissos, anda com quem calha ; é macho, os machos fazem esse tipo de coisas, é próprio, está na natureza deles.
Um gajo constipa-se, apanha frio e fica uma semana de cama, afónico, a deitar ranho por todos os lados, sem se poder mexer ; quem é que não está livre de ficar doente, não é?
Um homem sai à rua como calha, aquela camisa não vê água há semanas, aquelas calças já nem cor têm, aquele cabelo brilha mas não é do gel, com certeza ; oh, os homens são mesmo desmazelados, se andam arranjados até parecem esquisitos.
Uma mulher atropela uma velha na passadeira ; mas para que raio dão a carta de condução a uma mulher? Já se estava mesmo a ver que dava asneira, toda a gente sabe que elas não sabem conduzir, só têm carta porque com certeza dormiram com o instrutor.
Uma rapariga apanha um pifo e faz figuras tristes, típicas de quem está bêbedo, e corre nua no jardim em frente a casa ; a pouca vergonha, onde já se viu a falta de decoro, ainda por cima numa menina, que deve guardar recato, não tem eira nem beira, uma vergonha.
Uma gaja anda com dois gajos, ao mesmo tempo, ou um a seguir ao outro, é o que basta, já para não falar na possibilidade de ter vida dupla, de ter vários homens, de não querer compromissos ; é uma pega, sem tirar nem pôr, uma falta de decoro é o que é. Onde é que isto já se viu, a desavergonhada!
Uma mulher cai na cama com gripe, afónica, com febre, dores de cabeça, um trapo autêntico ; a culpa é dela que fuma, devia era deixar de fumar, fuma e depois dá nisto, já viram, fuma, a porca, não devia fumar, devia deixar de fumar.
Uma rapariga sai a rua para ir buscar o correio em pijama ou chanatas ou rolos no cabelo ; é uma badalhoca, uma desmazelada, que não tem cuidado nenhum com ela, que pouca vergonha, que porca que ela é.
Isto não é ficção.
Isto não é choradinho barato para pôr as Fêmeas no Poder.
Isto não é sempre a mesma conversa de há 50 anos.
É a realidade, sem tirar nem pôr.
Isto acontece. Isto ainda acontece todos os dias.
É triste.
sábado, 15 de novembro de 2008
Senhores do lar
Em algum momento (agora impossível de determinar), os homens acordaram e decidiram que eram senhores do lar. As motivações continuam impossíveis de determinar. Afinal de contas, o exercício da sua actividade principal (nos primórdios, a caça ou a recolecção) tinha lugar ao ar livre, fora da casa de morada de família. Pela lógica normal das coisas, a fêmea deveria ter sido considerada a rainha do lar, pois lá decorria a sua ocupação principal (nos primórdios! insisto em reiterar, não vá ser mal interpretada): a maternidade.
Logo, as dificuldades em entender o que levou os homens a considerarem-se senhores do lar. Certo é que, ainda hoje, parece que continuam crédulos da sua (im)posição na estrutura hierárquica do mesmo. Ainda para mais numa sociedade em que, quer homens quer mulheres, passam pouco tempo em casa, disfrutando dos prazeres caseiros.
Para quando um golpe de Estado que os coloque no devido lugar? Até mesmo porque, dando primazia ao princípio democrático, a ascensão hierárquica (mesmo no lar) deve resultar de mérito próprio e não de pré-concepções do tempo da velha senhora.
E tudo isto porque fui expulsa da cozinha, mesmo sendo eu a encarregada da manutenção da mesma. E tudo devido à luta pelo poder televisivo
Logo, as dificuldades em entender o que levou os homens a considerarem-se senhores do lar. Certo é que, ainda hoje, parece que continuam crédulos da sua (im)posição na estrutura hierárquica do mesmo. Ainda para mais numa sociedade em que, quer homens quer mulheres, passam pouco tempo em casa, disfrutando dos prazeres caseiros.
Para quando um golpe de Estado que os coloque no devido lugar? Até mesmo porque, dando primazia ao princípio democrático, a ascensão hierárquica (mesmo no lar) deve resultar de mérito próprio e não de pré-concepções do tempo da velha senhora.
E tudo isto porque fui expulsa da cozinha, mesmo sendo eu a encarregada da manutenção da mesma. E tudo devido à luta pelo poder televisivo
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
domingo, 9 de novembro de 2008
I have a dream
Eu tenho um sonho.
Eu tenho um sonho, no qual as mulheres são iguais aos homens, com os mesmos rendimentos, com as mesmas hipóteses, com o mesmo peso social.
No meu sonho, as mulheres não têm de cobrir aquilo que as torna mulheres, as curvas, o balanço dos quadris, os traços da maternidades, sob vestes que tentam fazê-las desaparecer na multidão.
No meu sonho, as mulheres vão à escola, crescem livres e aprendem a fazer escolhas sozinhas.
No meu sonho, ninguém tem uma palavra a dizer sobre o estatuto da mulher, pela simples razão de que ninguém tem nada a dizer sobre o estatuto do homem.
No meu sonho, mulheres e homens andam lado a lado, são iguais e não são precisas leis que garantam a participação da mulher.
O meu sonho ainda não passa disso mesmo.
Eu tenho um sonho, no qual as mulheres são iguais aos homens, com os mesmos rendimentos, com as mesmas hipóteses, com o mesmo peso social.
No meu sonho, as mulheres não têm de cobrir aquilo que as torna mulheres, as curvas, o balanço dos quadris, os traços da maternidades, sob vestes que tentam fazê-las desaparecer na multidão.
No meu sonho, as mulheres vão à escola, crescem livres e aprendem a fazer escolhas sozinhas.
No meu sonho, ninguém tem uma palavra a dizer sobre o estatuto da mulher, pela simples razão de que ninguém tem nada a dizer sobre o estatuto do homem.
No meu sonho, mulheres e homens andam lado a lado, são iguais e não são precisas leis que garantam a participação da mulher.
O meu sonho ainda não passa disso mesmo.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
E hoje
Diz-se por aí
Não é só falar mal, meter defeitos. Há que dar a mão à palmatória.
As mulheres são terríveis, especialmente umas com as outras. Não hesitam em fazer o que quer que seja desde que isso vá indubitavelmente fazer com que a vizinha mais próxima fique lesada no seu bem jurídico integridade física e psicológica, se o houver.
Não dizem as mulheres coisas positivas acerca dos seus pares. Serão as mesmas incapazes de proferir palavras meigas e gentis sem deitar uma ou outra farpa como forma de compensação de terem sido simpáticas. Serão incapazes de olhar objectivamente para o carácter de outra fêmea sem reparar na roupa foleira, nos quilos a mais, nos sapatos démodés, nas borbulhas, nos traços menos perfeitos. Serão incapazes de olhar umas para as outras despidas de preconceitos, despojadas de ideias nefastas acerca das outras mulheres quererem tomar o mundo e deixá-las de fora, acerca de outras mulheres que são umas desavergonhadas, ou umas atadinhas, conforme a saia que vistam, acerca de serem umas cabras ou umas marias ninguém, conforme lhes apeteça.
As mulheres são más. Umas com as outras, umas para as outras. Talvez haja alguma explicação nisto, talvez o Sr. Freud fosse uma enorme contribuição para perceber que fenómeno será este afinal, mas não tendo resta deitar à adivinhação e arranjar uma teoria qualquer para preencher a lacuna.
Será dor de corno que todas as mulheres sentem umas das outras, e por isso serão ásperas, desagradáveis, arrogantes umas com as outras? Se inveja tivessem, poderiam sempre mudar, fazer melhor com elas próprias, mostrando às que se odeia que se pode ser superior, superá-las, arrastá-las para um último lugar, mas por mérito próprio, não por fazer cair o vencedor. Restaria a situação das que, por condição de cada uma, não pudessem ou quisessem fazer para deixar a dor de corno de lado, que lhes resta, falar mal nas costas a vida toda? Ser frustrada por que não se tem o que se queria ter mas não se tem paciência de correr atrás?
Se não resulta a dor de corno para explicar o fenómeno, que poderia ocupar o seu lugar? A própria expressão o indica. O medo se o seu lugar ser ocupado, guiado pelo não menos famoso complexo de inferioridade. Nada é suficientemente forte para abater este velho amigo do Homem, muito próximo do Homem do género feminino. A velha ideia de que toda a gente arrasta o outro para as ruas da miséria porque são melhores que o próprio, que nunca haverá hipótese de sobressair de alguma maneira, nunca haveria oportunidade para outra pessoa ocupar o lugar desejado. Então, o que sobra para a maior parte das mulheres, se somos quase todas comuns? O que sobra para o comum dos mortais se nem toda a gente chega lá acima num ápice? Há que ser e sentir-se inferior porque se é diferente do resto do mundo?
As mulheres são más umas para as outras. Detestam-se, odeiam-se mutuamente, seja qual for o fundamento disto.
Serão os homens também assim?
As mulheres são terríveis, especialmente umas com as outras. Não hesitam em fazer o que quer que seja desde que isso vá indubitavelmente fazer com que a vizinha mais próxima fique lesada no seu bem jurídico integridade física e psicológica, se o houver.
Não dizem as mulheres coisas positivas acerca dos seus pares. Serão as mesmas incapazes de proferir palavras meigas e gentis sem deitar uma ou outra farpa como forma de compensação de terem sido simpáticas. Serão incapazes de olhar objectivamente para o carácter de outra fêmea sem reparar na roupa foleira, nos quilos a mais, nos sapatos démodés, nas borbulhas, nos traços menos perfeitos. Serão incapazes de olhar umas para as outras despidas de preconceitos, despojadas de ideias nefastas acerca das outras mulheres quererem tomar o mundo e deixá-las de fora, acerca de outras mulheres que são umas desavergonhadas, ou umas atadinhas, conforme a saia que vistam, acerca de serem umas cabras ou umas marias ninguém, conforme lhes apeteça.
As mulheres são más. Umas com as outras, umas para as outras. Talvez haja alguma explicação nisto, talvez o Sr. Freud fosse uma enorme contribuição para perceber que fenómeno será este afinal, mas não tendo resta deitar à adivinhação e arranjar uma teoria qualquer para preencher a lacuna.
Será dor de corno que todas as mulheres sentem umas das outras, e por isso serão ásperas, desagradáveis, arrogantes umas com as outras? Se inveja tivessem, poderiam sempre mudar, fazer melhor com elas próprias, mostrando às que se odeia que se pode ser superior, superá-las, arrastá-las para um último lugar, mas por mérito próprio, não por fazer cair o vencedor. Restaria a situação das que, por condição de cada uma, não pudessem ou quisessem fazer para deixar a dor de corno de lado, que lhes resta, falar mal nas costas a vida toda? Ser frustrada por que não se tem o que se queria ter mas não se tem paciência de correr atrás?
Se não resulta a dor de corno para explicar o fenómeno, que poderia ocupar o seu lugar? A própria expressão o indica. O medo se o seu lugar ser ocupado, guiado pelo não menos famoso complexo de inferioridade. Nada é suficientemente forte para abater este velho amigo do Homem, muito próximo do Homem do género feminino. A velha ideia de que toda a gente arrasta o outro para as ruas da miséria porque são melhores que o próprio, que nunca haverá hipótese de sobressair de alguma maneira, nunca haveria oportunidade para outra pessoa ocupar o lugar desejado. Então, o que sobra para a maior parte das mulheres, se somos quase todas comuns? O que sobra para o comum dos mortais se nem toda a gente chega lá acima num ápice? Há que ser e sentir-se inferior porque se é diferente do resto do mundo?
As mulheres são más umas para as outras. Detestam-se, odeiam-se mutuamente, seja qual for o fundamento disto.
Serão os homens também assim?
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Sentimento Masculino
O pudor é um sentimento masculino. Quando uma mulher conhece outra, ao fim de dez minutos está já a explicar-lhe como é que o marido trabalha na cama. Ao fim de dez anos ou de uma vida, um homem não explica a outro como trabalha a mulher. É que o homem não é um novo-rico do sexo. Ou respeita a mulher por simples machismo?
Porque é por machismo, por exemplo, que muitas vezes admira uma mulher que se distinguiu nas artes ou nas ciências. Implicitamente tem-se a ideia de que o normal seria não se distinguir. Se portanto se distingue, é isso tão extraordinário como um trapezista de circo ou coisa assim. Admirando-se então a mulher, simultaneamente se humilha. Dessa humilhação se fazem muitas admirações.
Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'
domingo, 2 de novembro de 2008
Macho da Semana
E para não se andarem aí a queixar que somos umas feministas nojentas, e para mostrarmos que até somos seres democráticos, está aberto o contraditório. Sendo que, não haverá convicção de obrigatoriedade nesta rubrica. Surge quando surgir. Iniciamos assim o espaço Macho da Semana, onde seres masculinos podem dizer de sua justiça.
Voilá.
Quando se quer fazer um blog sobre a necessidade do género feminino tomar liderança sobre assuntos terrenos, pode surgir a ideia de se nomear esse blog com algo activista e revolucionário, por exemplo, Fêmeas Ao Poder. Deste nome poderá então nascer o acrónimo FAP. Ora, chamar seja o que for que se ponha na net de FAP é o mesmo que pôr um autocolante na testa a dizer Pívia. Porquê isto, pensarão os leitores? Tudo surgiu há cerca de alguns anos (como tudo na net, estava tudo a germinar até há pouco tempo, e de repente aconteceu tudo), quando as gentalhas da net acharam que fariam sentido utilizar palavras mais curtas para representar verbos e outras coisas. Daí sucedeu que quando se destruía a reputação de um gajo qualquer na net num jogo de tiros na primeira pessoa (era a antiga definiçao de First Person Shooter, não gozem!), em vez de se dizer que se tinha dado cabo do gajo, achou-se melhor dizer que se ownou o gajo. Tipo, "I owned your sorry ass, noob!". Aqui vemos a palavra noob, que tem uma história que não vamos contar porque de certo todos sabem que quer dizer novato, neófito, etc. Deste o own que surgiram outras abreviações para outras palavras. O own até se metaformizou para pwn, pela simples razão que o pessoal, na sua sede de matança, enganava-se a escrever e carregava na letra P que está mesmo ao lado do O. Portanto agora o pessoal diz I pwned you. Uma coisa que não faz sentido nenhum. Uma destas novas abreviações é o FAP. FAP, pela definição pura, diz-se ser o som que o prepúcio faz quando o macho está encarregado de onanismo. Ou seja, está a masturbar-se, provavelmente a ver gajas nuas na net. Da necessidade das comunidades que partilham porn pela net de exprimirem o seu interesse neste ou naquele tema, os seres, em vez de estarem ali a expressar-se na totalidade do verbo, abreviam e dizem que "I fapped to it a lot" ou apenas metem FAP FAP FAP a simular o tal som. Assim surgem frases bonitas como "This is great fap material" ou "I fapped three times to it". O que é que isto nos diz sobre fazer um blog com fap no título e no url? Diz que vamos receber muito email de criaturas desesperadas à procura do chamado "fap material". A ironia disto tudo é o blog ser sobre o sexo feminino ao poder! É uma falha sem culpa nenhuma, e mais uma prova que a Internet é um sítio de gente demente.
deusexneo
Voilá.
Quando se quer fazer um blog sobre a necessidade do género feminino tomar liderança sobre assuntos terrenos, pode surgir a ideia de se nomear esse blog com algo activista e revolucionário, por exemplo, Fêmeas Ao Poder. Deste nome poderá então nascer o acrónimo FAP. Ora, chamar seja o que for que se ponha na net de FAP é o mesmo que pôr um autocolante na testa a dizer Pívia. Porquê isto, pensarão os leitores? Tudo surgiu há cerca de alguns anos (como tudo na net, estava tudo a germinar até há pouco tempo, e de repente aconteceu tudo), quando as gentalhas da net acharam que fariam sentido utilizar palavras mais curtas para representar verbos e outras coisas. Daí sucedeu que quando se destruía a reputação de um gajo qualquer na net num jogo de tiros na primeira pessoa (era a antiga definiçao de First Person Shooter, não gozem!), em vez de se dizer que se tinha dado cabo do gajo, achou-se melhor dizer que se ownou o gajo. Tipo, "I owned your sorry ass, noob!". Aqui vemos a palavra noob, que tem uma história que não vamos contar porque de certo todos sabem que quer dizer novato, neófito, etc. Deste o own que surgiram outras abreviações para outras palavras. O own até se metaformizou para pwn, pela simples razão que o pessoal, na sua sede de matança, enganava-se a escrever e carregava na letra P que está mesmo ao lado do O. Portanto agora o pessoal diz I pwned you. Uma coisa que não faz sentido nenhum. Uma destas novas abreviações é o FAP. FAP, pela definição pura, diz-se ser o som que o prepúcio faz quando o macho está encarregado de onanismo. Ou seja, está a masturbar-se, provavelmente a ver gajas nuas na net. Da necessidade das comunidades que partilham porn pela net de exprimirem o seu interesse neste ou naquele tema, os seres, em vez de estarem ali a expressar-se na totalidade do verbo, abreviam e dizem que "I fapped to it a lot" ou apenas metem FAP FAP FAP a simular o tal som. Assim surgem frases bonitas como "This is great fap material" ou "I fapped three times to it". O que é que isto nos diz sobre fazer um blog com fap no título e no url? Diz que vamos receber muito email de criaturas desesperadas à procura do chamado "fap material". A ironia disto tudo é o blog ser sobre o sexo feminino ao poder! É uma falha sem culpa nenhuma, e mais uma prova que a Internet é um sítio de gente demente.
deusexneo
sábado, 1 de novembro de 2008
Aposto que foi um homem que teve a ideia
A lingerie com gps foi inventada. A utilidade é como a doutrina, diverge.
Se formos a este site, a engenhoca é vista da perspectiva machista " Um pequeno dispositivo de recepção GPS é instalado na lingerie, que fornece a localização e visualizada pela internet, na qual o usuário pode acompanhar a movimentação da mulher que estiver sendo rastreada.
Lúcia diz que se os homens acreditam que vão poder fiscalizar a mulher, mas que eles estão enganados. “Elas podem desligar o aparelho e só são localizadas se quiserem. O produto permite que os parceiros a surpreendam com um encontro surpresa, por exemplo.”
Ou seja, um completo disparate.
Se formos a este site, a engenhoca é vista da perspectiva machista " Um pequeno dispositivo de recepção GPS é instalado na lingerie, que fornece a localização e visualizada pela internet, na qual o usuário pode acompanhar a movimentação da mulher que estiver sendo rastreada.
“O rastreamento portátil já é utilizado para rastrear pessoas com Alzheimer ou mesmo cachorros. Em conversas com a empresa LindeLucy, surgiu a idéia de acrescentar o rastreador nas lingeries. A idéia evoluiu e surgiu a lingerie com GPS”, explica Theodoros Megalomatidis, da empresa FindMe, desenvolvedora da solução.
O dispositivo pode ser instalado em três locais diferentes da lingerie, de forma discreta e praticamente imperceptível. E a utilização vai depender do casal. Pode ser apenas por segurança ou para os ciumentos que querem saber por onde anda a dona da peça."
Por outro lado, neste site somos confrontados com a perspectiva feminista:“A mulher do futuro, moderna e descolada, é o público-alvo do nosso produto”, afirma Lúcia Iório, proprietária da empresa mineira Lindelucy. De acordo com ela, apenas mulheres podem fazer os pedidos. “Não queremos que maridos e namorados adquiram o produto. Comercializamos apenas para mulheres, elas que devem nos procurar”, afirma.Lúcia diz que se os homens acreditam que vão poder fiscalizar a mulher, mas que eles estão enganados. “Elas podem desligar o aparelho e só são localizadas se quiserem. O produto permite que os parceiros a surpreendam com um encontro surpresa, por exemplo.”
Ou seja, um completo disparate.
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